sexta-feira, 1 de agosto de 2008

A gênese do gorila


Quando a vida estava em formação na Terra, muitas das possibilidades surgidas feneceram nos mais diversos estágios de desenvolvimento. Mesmo depois de zilhões de anos pós big-bang, a vida continua sendo de uma fragilidade tal que me pergunto como ainda permanece ocorrendo.

A questão vem a propósito do filme do gorila da Cadbury’s (prometo que é a última vez que toco nesse assunto) e da promoção “iPod no Palito”, da Bullet. Explicando: ambas as campanhas têm um componente non sense que fica óbvio só depois de produzido. Como para chegar à produção temos que passar pelos 12 hercúleos trabalhos da aprovação, com o trabalho ainda em estágio de conceito, fica a pergunta, como é que eles conseguiram?

O comercial do gorila é simplesmente impossível de ser explicado numa sinopse e mesmo com o recurso de um storyboard. Ou seja, haja imaginação para visualizar o filme com todo o seu potencial de encantamento, surpresa, envolvimento e até humor. A única forma de contornar esses problemas seria produzindo o comercial “no risco”, coisas que seriam impensáveis em nosso meio.

A promoção “iPod no Palito”, por sua vez, como já disse em outro post, é o tipo de idéia boa para se matar num brainstorming. Como idéia, não resiste a meio argumento contra. Com os prazos que nós temos para apresentar um projeto, dificilmente é possível desenvolver um estudo de viabilidade, ainda mais quando essa viabilidade diz respeito a colocar um iPod dentro de um picolé. Mas o Neto e seus blue caps conseguiram. Ficou faltando só o pessoal da Bullet mostrar o caminho das pedras.

Pelas leis darwinianas, somente os mais fortes e melhor adaptados sobrevivem. Não acredito que isso se aplique cem por cento ao nosso meio, onde já vi muitas boas idéias terem sua evolução interrompida somente por não termos sabido tratá-la tanto em sua concepção, na agência, como em sua gestação no cliente.

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