Em homenagem ao novo layout do blog, um post fashion.
Vamos falar de uniforme, este item que em muitos trabalhos gera uma tremenda discussão até virar uma calça bailarina com camiseta e keds.
Ontem, em um semáforo da cidade, recebi o panfleto de um empreendimento chamado Manhattan “alguma coisa”. Um panfleto comum, como a maioria das peças imobiliárias.
O que chamou a atenção foi o uniforme da coitada que entregava o panfleto. Ela estava vestida de estátua da liberdade. Completa. Com coroa, túnica e uma tosca tocha de isopor. Ela estava visivelmente encabulada e constrangida com aquela fantasia. Não tinha coragem de olhar nos olhos de que estava nos carros e era motivo de chacota por partes das outras meninas que entregavam folhetos no mesmo semáforo.
Só por que o empreendimento se chama Manhattan “alguma coisa” a promotora precisa pagar esse mico?
Quando a Tam lançou a campanha “Você nasceu para voar” em 2005, nos anúncios os modelos usavam capas vermelhas. Até que alguém teve a infeliz idéia de materializar o conceito, colocando capinhas em todos os funcionários, incluindo aeromoças, e pilotos. Também era visível o desconforto de todos com aquele acessório de fantasia de criança. Durante alguns dias, foi o assunto mais comentado e ridicularizado dos aeroportos. Vampirinhos era o apelido mais leve. Imagine o piloto, com 20.000 horas de vôo, capaz de levantar e pousar um avião daquele tamanho, te recebendo na porta do avião com a capinha do Super-Homem que seu filho de 3 anos usa para brincar.
Antes de criar ou propor um uniforme super hiper diferenciado, devemos lembrar que dentro dele existe um ser humano, um profissional que de alguma forma deve estar confortável para divulgar sua promoção ou a marca do seu cliente.
segunda-feira, 2 de junho de 2008
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5 comentários:
Tô imaginando aqui o namoro entre uma moça-estátua-da-liberdade e um garçom do Fogo de Chão. Constrói um buffet em volta e vira festa à fantasia. ahahahah
Bruno, que bom que alguém tocou nesse assunto. Certa vez vi um grupo de promotoras distribuindo folhetos de um condomínio vestidas com um traje inspirado na guarda suiça do Vaticano (sabe-se lá em que se inspirou a mente brilhante que perpretou esse uniforme!). De um carro parado a meu lado o motorista debochou:"quanto você ganha pra pagar esse mico?". Provavelmente ele não sabia que a infeliz se sujeitava àquilo por alguns trocados e um (um mesmo) lanche.
Acho que as agências continuam confundido impactar (ô verbo horrível) com constranger, não só os promotores como o próprio público abordado.
Olá Bruno, ótimo post... Concordo com você, também usar o kit (camiseta, calça e keds) é de matar. O cliente chega querendo um uniforme com design diferenciado...ok, você desenvolve modelos diferenciados que agregam valor a marca (o promotor é o cartão de visita dele no pdv), e o cara no final fala, vamos de básico mesmo... Enfim nem tanto ao céu e nem tanto a terra... Não precisa sair de bozo, mas sair de seminarista não resolve também...
Muito bom, Bruno!!!!
O pior é que as vezes por falta de verba ou de boa vontade dos produtores, o uniforme queima ao invés de divulgar a marca ou empreendimento, e ainda pra completar a desgraça, colocam algumas meninas dançando e balançando bandeiras ou segurando placas indicativas como "é logo alí! o dia inteiro debaixo de um puta sol! Daí a gnt não sabe se rí ou se chora!!!
O uniforme da Guarda Suíça do Vaticano é inspirada em um modelo de Michelangelo.
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