quinta-feira, 8 de maio de 2008

Procrastinação

Quando eu era criança, minha mãe dava uma olhada no tanto de lição-de-casa que eu tinha pra fazer e determinava um prazo (ela foi o primeiro Tráfego da minha vida, portanto) pra eu terminar. Acabava o prazo, ela vinha, fechava todos os livros e cadernos e eu tinha que ir, no dia seguinte, com a lição por fazer. Como eu era CDF, funcionava. Se ela não fizesse isso, eu passaria a tarde inteirinha sentada na frente da lição, mas fazendo qualquer coisa que não aquilo: desenhar, contar azulejo, imaginar uma história, batucar na mesa, ler uma revistinha etc. Eu não era tão CDF assim.

O tempo passou e a pequena Roberta virou eu-hoje. E eu, hoje, dou umas enroladas. Que atire o primeiro power point quem nunca enrolou no trabalho. Quem nunca abriu a internet e deu aquela divagada federal. Quem nunca falou pro Atendimento que ainda não terminou o job porque está pesquisando quando, na verdade, está discutindo com o(a) namorado(a) pelo msn.

O negócio, é claro, é aprender a fazer isso sem atrapalhar os prazos.

Agora, considerando que não tem nada mais produtivo do que NÃO trabalhar 100% do tempo, já que se tem que respirar, pesquisar, ler, conhecer, aprender, esfriar a cabeça, achar referências, falar abobrinha, ir na padoca, ligar pro cara do SAC, ver a que horas é o filme que você quer ver no cinema etc, o que exatamente é procrastinar?

Como você explica pra uma pessoa que está começando na carreira de Planner o meio-termo inteligente e eficiente entre só pensar no job o dia todo e não pensar em trabalho hora nenhuma?

Pensando nisso, me lembrei dessas animações ótimas, que servem como exemplo:


Gerenciar pessoas não é fácil. Pelo menos quando é filho, a gente pode contar com a eficiência de pôr de castigo e ameaçar tirar TV, computador e carregador de celular da tomada.

Agora, pára de enrolar e vai fazer seu job. Vou voltar pro meu também.

Um comentário:

andrea mello disse...

para o meu chefe, eu chamo isso de ócio criativo. hehehe.