
Eis um caso típico e real de “coincidência criativa”: duas promoções de venda, uma de Bombril, outra de margarina Delícia, em tudo idênticas, até as marcas (selo) promocionais têm as mesmas características de design gráfico.
Ambas dão casas e valem-se de galãs das novelas da Globo como sponsors e parte da premiação (farão a entrega dos prêmios).
Eu disse “caso real de coincidência criativa” porque aqui não houve o plágio. As duas ações tinham o mesmo objetivo e partiram das mesmas premissas do “manual prático de planejamento promocional” que tem por receita:
a. Casa própria é uma das mais graves demandas sociais, logo é o prêmio mais desejável.
b. O testemunhal de astros da TV é um atalho par se chegar ao coração e à mente das consumidoras.
As constatações estão corretas e é essa correção engessadora que é o problema. Ingredientes idênticos geram pratos idênticos.
No uso preventivo de estratégias de comprovada eficácia sempre há o risco de redundâncias que resultam em ações sem personalidade própria. Em nome da segurança os clientes temem o novo que, por ironia, cobram de suas agências. Pelo mesmo motivo, as agências evitam o novo que apresentam ao mercado como o principal traço de seu perfil.
Estou certo que, não fosse esse obstáculo, ambas as agências (que não sei quais são) teriam capacidade de realizar soluções muito mais criativas.