segunda-feira, 13 de abril de 2009
O óleo elétrico
Há muito tempo, quando eu ainda circulava pelo centro velho de São Paulo, algumas vezes parei para admirar a performance de um camelô que vendia frascos com um óleo que ele dizia ser extraído de peixes-elétricos.
O camelô carregava uma mala de viagem da qual, além do tal unguento, ele extraia cobras que se espalhavam à sua volta e se enroscavam em seu pescoço, atraindo uma multidão, que, prudentemente, se organizava num círculo postado a uma distância segura das víboras.
O tal do óleo elétrico, arengava o vendedor, tinha poderes que o igualavam a uma panaceia. Curava reumatismo, asma, bronquite, dores musculares, espinhela caída, problemas de coluna, artrite e mais um sem-número de males grandes e pequenos que afligem a humanidade.
Há momentos, como esse de crise, incertezas e ansiedade no mundo dos negócios que vejo o comportamento das agências como o do camelô do óleo elétrico. Vendem-se, com artifícios viperinos, remédios para os males do mercado, doenças do sistema, mau-olhado da concorrência e querelas afins.
O marketing promocional pode somar esforços na luta para manter os negócios à tona, mesmo fazendo como o velho marinheiro de Paulinho da Viola, que durante o nevoeiro, leva o barco devagar.
O que não podemos é insinuar que as ferramentas que temos possam ser usadas no esquema “plugue-e-use”. Marketing de incentivo para fazer sell-in combinado com promoção e vendas, para fazer o sell-out, assim, sem mais nem menos, nesse momento, é coisa de óleo de peixe-elétrico.
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Um comentário:
Essa falta de foco, esse desespero atirando para todos os lados é comum no meio BTL. Em época de crise isso se agrava e se multiplicam as agências "faz-tudo". Faz mídia, promocão, evento, incentivo. amostragem, enfim, faz-tudo. Tudo errado.
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