sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Que viajem!



Em post recente, mandei ver uma viagem com “j” sem o menor perdão. Tão logo o crime lesa-idioma foi cometido, um anjo da guarda comunicou a mim o ocorrido. Rapidamente, retornei ao local do crime e apaguei as evidências.

Como sempre acontece nos policiais B, o assassino, mesmo tendo removido o cadáver e os vestígios do crime, segue atormentado pela consciência pesada. No meu caso, com o agravante de haver uma testemunha.


Por que a gente viaja com “j”, mas faz viagens com “g”? Não sei, só sei que é assim, mas o piloto automático tende a nos levar para o “caminho lógico” e esse diz que a grafia do verbo e do substantivo se equivalem. É aí que o bicho pega.

São muitas as exceções e caprichosos os detalhes. Piloto automático e caminho lógico são perigosos em estradas tortuosas.

Essa experiência valeu para uma analogia com a criação de uma ação promocional. Aqui também há uma sintaxe e um léxico sobre os quais temos um mundo inteiro a construir aplicando a criatividade. Mas é um universo que tem suas regras, embora nem sempre lógicas, como tudo o que é vivo.
Ao menor cochilo, corremos o risco de planejar uma viagem com “j” e essa pode ser sem volta.

Richard Parker, um antropólogo, disse que a culpa é um sentimento interno de erro e a vergonha é quando os olhos dos outros apontam o que fizemos de errado. Nesse episódio, fiquei com as duas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Pior é que 'viajem', dicionaralmente falando, existe e é correto. Dependendo do contexto, é ainda mais correto que com G. Parece que é uma diferença mais ou menos como entre 'trip' e 'travel'

Segundo um dicionário, viajem é: "percorrer (terras) em viagem"

Marinho disse...

Não sei desse detalhe, Nivaldo. Só sei que, no contexto a que me refeeri, a viagem com "j" estava mais para bad trip!