O ministério público está processando a Bauducco por venda casada na promoção relógios Shrek. Veja mais no Updaters e no Planejamento Criativo da Robi.
A polêmica é: self-liquidating é venda casada ou não?
Particularmente não acho que seja. A Bauducco não produz relógios, produz biscoitos, bolinhos, panetones e outros farináceos.
Que mal há em proporcionar aos seus consumidores fiéis/regulares ou heavy-users a oportunidade de adquirir um brinde exclusivo que não pode ser encontrado em nenhum outro lugar.
O primeiro ponto é que o consumidor não deve apresentar o comprovante de compra, deve apresentar embalagens. Que podem coletadas no chão, na rua, no lixo da escola ou no raio que o parta. Quando eu era moleque, catava tampinhas de Coca-Cola em bares e padarias para poder completar minha coleção de io-iôs.
Ter as embalagens do produto funciona como um acesso ao brinde, ao produto exclusivo. Se eu posso juntar embalagens para concorrer a um prêmio, por que não posso juntá-las para comprar algo exclusivo, que só determinada marca pode me oferecer? O self é um programa de fidelidade abreviado.
O caso mais emblemático de self é o dos Mamíferos Parmalat.
Os consumidores congestionavam o SAC da empresa querendo bichinhos que apareciam nos filmes. Quem mais poderia oferecê-los? A comunicação bem feita gerou uma demanda por um produto que não estava no portifólio da empresa. Nada mais justo que ela se beneficie disso e ofereça aos seus consumidores o brinde a um preço razoável, abaixo da média de mercado ou mesmo subsidiado.
Quem acha que o self sai de graça se engana. Existe a criação da campanha, os materiais de divulgação, a negociação com o PDV, toda a logística de distribuição de brindes, os balcões de troca, as promotoras responsáveis pela troca e no caso da Bauducco, o licenciamento do personagem.
Particularmente não gosto muito de self, mas não vejo nenhum problema em realiza-lo. É uma excelente chance de oferecer bons brindes por preços razoáveis.
O que é mais justo: 5 embalagens + 5 pilas ou junte 35 embalagens e troque por um relógio?
Está mais do que na hora de rever a legislação promocional brasileira. Passou da hora de tirar das mãos da Caixa o poder de decidir se uma promoção é válida ou não.
No fim, acho mesmo é que o filho de algum promotor ficou sem seus reloginhos do Shrek.
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Polêmica no mundinho da promoção.
por
Panhoca; Bruno
às
11:54
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2 comentários:
Bruno, o que o mercado americano faz de self não está no gibi, como diria Faustão.Principalmente bebidas, incluindo aí cervejas, têm um protfolio de gadgets com a marca do produto de dar inveja. Tudo self. Consumidor americano, paga até catálogo de loja.
Os bichinhos da Parmalat eram pagos, custavam algo como R$ 15,00 hoje, se a memória não me trai (20 embalagens + $). Mas esse case foi exceção.
Até prova em contrário acho que não temos essa cultura de "pagar brindes" por mais exclusivos que sejam.
Agora, quanto à Sra. Dona Caixa, por favor, essa já passou dos limites. Temos uma excelente lei de defesa do consumidor,um Procom e um tribunal de pequenas causas para viabilizar tudo isso.
Panhoquildo, esse seu post tá muito bom... Amei
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