terça-feira, 10 de agosto de 2010

A marca é a mensagem


Dois adesivos com a célebre maçã mordida acompanham as embalagens dos produtos da Apple. Nenhuma orientação, nenhum tag line, nada complementa o gift. Não precisa. A Apple sabe que os consumidores irão exibi-los no carro, na janela do quarto, na mochila, na capa da agenda, em qualquer lugar que sinalize “sou Apple”.
É evidente que as pessoas se orgulham de, mais do que ter, ser um Apple. Mas isso não é tudo. O principal motivo é que a maçã vale por um discurso, definindo um perfil, uma aspiração...uma paixão.
Top of mind, awareness, tudo isso continua valendo, mas já não basta. Maisdo que ser lembradas, as marcas precisam ser amadas. A fidelidade é subproduto de uma relação na qual as marcas não precisam conquistar consumidores, mas fãs.
Na década de 1960, Marshal McLuhan sacudiu os cânones do pensamento então contemporâneo observando que o “meio é a mensagem”. Essa afirmação de efeito sintetizava, numa frase, toda uma análise do impacto causado pelos meios de comunicação, à medida que foram e vão surgindo, e como eles acabam moldando a mensagem em si. Independentemente do conteúdo que se está comunicando, o meio age sobre como a mensagem é percebida.
Um fenômeno semelhante começa a ocorrer com as marcas: à medida em que recursos tecnológicos e nível de qualidade deixaram de ser diferenciais, vão se destacando aquelas que conseguem construir um universo referencial que qualifica quem as segue. E, nesse sentido, agora a marca é que é a mensagem.

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