sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Em algum lugar do passado

Minha avó já passou dos 90 e até pouquíssimo tempo atrás tinha lucidez suficiente para morar sozinha e dirigir um carro. Mas o tempo é implacável até com quem se cuida e, mais dia menos dia, chega a hora de pisar no breque e desacelerar.

Pois bem, ela ainda está viva e relativamente bem de saúde, mas não podendo mais viver de forma independente tivemos que tomar a dura decisão de vender seu apartamento e trazê-la para a casa de meus pais. Coisa que, diga-se de passagem, ela não concordou muito. Mas acreditem, não havia outra opção.

Por causa disso passei um dia todo dentro de seu apartamento fazendo faxina, resgatando documentos e selecionando lembranças antes que o novo dono chegasse. Dentre muitas coisas que descobri nas gavetas e armários da casa da minha avó fui surpreendido com vários brindes promocionais que ela guardava com o maior carinho. Um exemplo é esse livro de receitas, que fiz questão de fotografar para publicar aqui.

Isso me fez pensar sobre a relação das pessoas com as promoções. Até onde um brinde ou um prêmio pode fazer parte da história de vida de alguém? Os entusiastas dos anos 80 até hoje reverenciam aquela coleção de mini-garrafas de Coca-Cola. Minha avó guardava um livro de receitas do Açucar União. Qual o valor dessas coisas para uma marca? Como criar ações cujos brindes sejam mais perenes e menos descartáveis? O tempo que a pessoa guarda uma coisa dessas pode ser uma medida de sucesso?



Esse post é uma contribuição de Bruno Scartozzoni, idealizador do blog que hoje navega por outros mares.

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