terça-feira, 8 de setembro de 2009

Fora da caixa e de si


Antimarketing é marketing também. Uma companhia aérea econômica da Europa, de nome Ryanair, tem por princípio tratar seus passageiros sem a menor consideração.
Seus bilhetes custam pouco (uma média de 40 euros para as 850 rotas que serve em toda a Europa), mas o tratamento...

A Ryanair cobra taxa de tudo, até do check-in (US$ 56 no aeroporto e US$ 7 on-line). O SAC é só por carta (não respondem a e-mail nem telefone). Em caso de cancelamento de voo, não pagam hotel. Estão pensando seriamente em cobrar pelo uso do banheiro do avião (Michael O’Leary, seu executivo-chefe cogita mesmo reduzir para um o número de banheiros no avião).
Nada de esteira para transportar a bagagem: cada passageiro tem que levar suas malas até o avião. Afinal, se as trouxe até o aeroporto, por que não carregá-las mais um pouquinho?

O primeiro credo no decálogo da Ryanair é “Cliente nunca tem razão”. Em que pese os processos por publicidade enganosa e extrema grosseria no tratamento com clientes, a Ryanair vai muito bem: com crise e tudo encerrou seu ano fiscal com um lucro líquido de US$ 149 milhões e deverá transportar 68 milhões de passageiros em 2009. Ah, sim, O’Leary é o empresário de maior sucesso na Irlanda.

Não que maus-tratos de companhia aérea sejam novidade para nós, pois num mercado cartelizado cada player joga como bem entende e o consumidor que se dane. Mas agir assim num mercado competitivo como o europeu é outra coisa... e dá certo.

(Post feito a partir de edição de reportagem da Folha de São Paulo, edição de 5 de setemebro de 2009)

2 comentários:

Bedran disse...

Taí, gostei. Pelo menos não se fazem de simpáticas pra depois te ferrar, como as empresas de telefonia, cartões, bancos e tudo que exige SAC. São honestos: paga barato porque não te paparicamos. É exatamente o oposto da TAM. Mas tomara que os mecânicos tenham boa vontade!!!

Mari disse...

Ja voei Ryanair e tinha até água saindo do banheiro pelo corredor do avião. Eu não volto mais!