quinta-feira, 9 de outubro de 2008
O Globes Awards está certo
Não acredito que haja um prêmio Cannes, ou Clio, ou One Show, ou outro que signifiquem por si só uma medida de valor absoluto. Mesmo quando há o peso institucional da marca que o organiza, a valoração é relativizada pelo seu componente imponderável: os jurados.
Vejam os relatos dos nossos representantes que estiveram em Cannes. Há uma unanimidade em mostrar que cada júri é um júri e, portanto, a premiação reflete a visão de um grupo não coeso (ainda bem!) de indivíduos num dado momento.
Óbvio que se espera de uma premiação dessas rigor no critério de seleção dos jurados, afinal é a partir da qualidade do julgamento deles que se constrói a respeitabilidade do prêmio. Qualidade, que qualidade? Bem, já que não há valores absolutos, por qualidade, nesse caso, podemos entender resultados que tenham a anuência da média dos profissionais e imprensa do meio.
Com isso acabamos tendo um “perfil” de premiação que dá o caráter de cada festival, sendo possível, a priori, até estabelecer que tipo de ação é mais palatável para esse ou aquele certame. Talvez aí esteja o problema de nossos festivais: a falta de uma identidade que se sobreponha ou, ao menos, diminua o fator júri.
Não vou questionar a competência nem a idoneidade de jurados que, na maioria das vezes, sequer conheço*. No caso da categoria “Melhor Idéia ou Conceito Inovador” do Globes Awards 2008, a discrepância entre as campanhas contempladas e as colocações no ranking é gritante e tem meu estranhamento também. Mas, ainda assim, esse fato é, e continuará sendo, a opinião de um grupo dentro de um evento que é menor que a soma das suas partes.
Minha agência teve seis inscrições no Globes e não pegamos nada. Mas aí o Globes estava certo.
(*) O Colunistas tem um júri fixo que recebe um convidado representando os clientes.
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