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Não acredito que haja um prêmio Cannes, ou Clio, ou One Show, ou outro que signifiquem por si só uma medida de valor absoluto. Mesmo quando há o peso institucional da marca que o organiza, a valoração é relativizada pelo seu componente imponderável: os jurados.
Vejam os relatos dos nossos representantes que estiveram em Cannes. Há uma unanimidade em mostrar que cada júri é um júri e, portanto, a premiação reflete a visão de um grupo não coeso (ainda bem!) de indivíduos num dado momento.
Óbvio que se espera de uma premiação dessas rigor no critério de seleção dos jurados, afinal é a partir da qualidade do julgamento deles que se constrói a respeitabilidade do prêmio. Qualidade, que qualidade? Bem, já que não há valores absolutos, por qualidade, nesse caso, podemos entender resultados que tenham a anuência da média dos profissionais e imprensa do meio.
Com isso acabamos tendo um “perfil” de premiação que dá o caráter de cada festival, sendo possível, a priori, até estabelecer que tipo de ação é mais palatável para esse ou aquele certame. Talvez aí esteja o problema de nossos festivais: a falta de uma identidade que se sobreponha ou, ao menos, diminua o fator júri.
Não vou questionar a competência nem a idoneidade de jurados que, na maioria das vezes, sequer conheço*. No caso da categoria “Melhor Idéia ou Conceito Inovador” do Globes Awards 2008, a discrepância entre as campanhas contempladas e as colocações no ranking é gritante e tem meu estranhamento também. Mas, ainda assim, esse fato é, e continuará sendo, a opinião de um grupo dentro de um evento que é menor que a soma das suas partes.
Minha agência teve seis inscrições no Globes e não pegamos nada. Mas aí o Globes estava certo.
(*) O Colunistas tem um júri fixo que recebe um convidado representando os clientes.
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