quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Conceitos prévios, preconceitos
Tenho conceitos prévios sobre os negros, os índios, os judeus e os muçulmanos.
Tenho conceitos prévios sobre as lésbicas, os gays e os bissexuais.
Tenho conceitos prévios sobre nordestinos, gaúchos e argentinos.
Tenho conceitos prévios sobre tudo o que for externo e estranho ao meu quintal.
Tenho, enfim, conceitos prévios sobre tudo.
Nasci com três séculos de escravidão, cinco de conquista do continente americano, um milênio e meio de cristianismo e mais uma cambulhada de civilização.
E por ter tantos conceitos, que herdei como os genes e os tiques, é pelos olhos do mundo que o mundo vejo.
Tenho que ficar atento e alerta. Tenho que fazer todo um exercício para negar princípios que não formulei, mas me fizeram meus.
Por isso, na hora de planejar, de buscar criar ações que falem não à razão, mas à emoção, é preciso estar nu, se não totalmente, pelo menos com menos roupa possível. Afinal, como disse Gil, se quisermos falar com Deus (ou aos sentimentos, como é o caso) temos ”que ter mãos vazias, ter a alma e o corpo nus”. Não podemos quebrar a barreira da objetividade, se não vermos o outro além dos estereótipos para, aí sim, tocar sua sensibilidade.
Negar essa realidade é fingir-me de algo que não sou e isso é o que transforma conceitos prévios em preconceitos.
por
Marinho
às
10:43
Marcadores:
40 anos de planejamento,
civilização,
conceitos,
criatianismo,
judeu,
marinho,
muçulmano,
negro,
objetividade,
preconceito,
sentimentos
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
i think you add more info about it.
Mario,
como sempre uma aula.
Abs
Enricco
Postar um comentário