Dublê de corpo
Estávamos fazendo a primeira apresentação da agência em vídeo. Como sempre ocorre nessas ocasiões, precisávamos dar uma maquiada nas instalações acanhadas que ocupavam um escritório improvisado numa antiga casa. Como parte dos preparativos, foi solicitado que cada funcionário arrumasse seu espaço.
Até aí, tudo normal, não fosse o espírito de porco do encarregado de fazer o comunicado, que aproveitou para espalhar a seguinte história: “Amanhã, a equipe de uma produtora virá captar cenas para um vídeo institucional da agência. Por favor, deixe seu espaço arrumado. Para causar uma melhor impressão, substituiremos as funcionárias por modelos contratadas. Pedimos que todas aguardem as filmagens do lado de fora da agência no período das 12 às 15 horas. Para seu conforto, a espera poderá ser feita na sorveteria Stupendo, para o que cada funcionária terá direito a um vale-sorvete (uma bola). Contamos com a colaboração de todos”.
Não é preciso dizer que esse memorando colocou as mulheres da agência em pé de guerra. Ouvia-se pelos corredores:
– Modelos, é? Por que não chamam as modelos para trabalhar à noite e no fim de semana no nosso lugar?
– Uma bola de sorvete...somente uma bola...mãos-de-vaca!
– Se eu não sirvo para aparecer no vídeo, por que eles não filmam a mãe?
sexta-feira, 16 de maio de 2008
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