quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

De fazer casamentos vive a nossa profissão

Uma das últimas coisas que fiz antes de sair para a estiagem dos dias envolvem as festas de fim de ano foi passar a limpo uma porção de leituras acumuladas ao longo do ano na pasta “para ler mais tarde”.

Entre as pendências estava um artigo de capa da revista About registrando um fórum entre planejadores, todos de agência de propaganda. A grande questão que perpassou toda a discussão foi uma certa angústia existencial com relação à certeza de uma identidade profissional e o reconhecer-se dentro de um espaço específico na planta da indústria da comunicação do marketing.


Esse questionamento não é privilégio dos planejadores de propaganda. Vejo o mesmo ocorrendo no marketing promocional com os profissionais da área construindo seu fazer caetanamente fora da ordem mundial. E isso vem significando o surgimento de novas pontes para o canal criação ligar marcas a pessoas.


Apesar de ter improvisado como planejador ao longo da carreira, sou mesmo um profissional com a (de)formação de “criação”, o que, porém, não impediu que o artigo da About se enrabichasse em meus pensamentos nesses dias de dolce far niente.


Foi a partir desse insight que, assistindo ao show Tambores de Minas, do Milton Nascimento, deparei-me com a música “Canções e Momentos”, dele e de Fernando Brant, que talvez responda ao “quem somos, para que viemos” dos questionamentos dos planejadores. Diz a canção:


Eu só sei que há momentos

Que se casa com canção
De fazer tal casamento
Vive a minha profissão

Pode não ser essa a resposta definitiva, e até é bom que não seja mesmo, principalmente definitiva, mas é uma maneira bem poética de começarmos um novo ano que desejamos realmente novo.

http://www2.uol.com.br/miltonnascimento/#

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