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Diretamente do Houaiss temos a seguinte definição para manifesto (pelo menos a que melhor se encaixa no caso): "declaração pública e solene, na qual um governo, ou um partido político, um grupo de pessoas ou uma pessoa expõe determinada decisão, posição, programa ou concepção".
Observação 1) Será que qualquer marca realmente tem algo a ser manifestado? Uma decisão? Uma posição? Um programa? Uma concepção? Duvido.
Observação 2) Mesmo assim, vamos supor que tenha vai. Mas essa concepção, esse programa ou seja lá o que for deriva de um sentimento das pessoas que constroem a marca, sejam elas a equipe de marketing da empresa, os operários da linha de produção ou mesmo os consumidores, ou é só uma sacadinha do redator ou do planejador?
Observação 3) Um dos manifestos mais famosos do mundo é o Manifesto Comunista, documento que, para o bem e para o mal (opinião pessoal: mais para o mal) mudou o mundo. Mudar o mundo é muita pretensão para o uma marca, mas digamos que, no papel de criativo ou planejador, você esteja criando um manifesto agora mesmo. Esse manifesto tem o poder de mudar ou inspirar alguma coisa na vida dos consumidores ou é mais uma balela?
Observação 4) Resolvi escrever esse post depois que li em um briefing a expressão "manifesto da campanha". Oras bolas, manifesto é coisa grande, coisa que tem que estar na ponta da língua do presidente da empresa, do gerente da marca, do assistente dele, do atendimento da conta e por aí vai. O manifesto lido pelo consumidor tem que encontrar um eco imediato em seu coração. Mais do que isso, manifesto é algo que deve durar anos, que deve ter nascido da vontade do criador da marca/produto ou então de um fenômeno gerado pela forma como as pessoas se relacionam com ela/ele. Manifesto é sempre da marca, nunca da campanha daquele momento.
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