segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Repensando Campanhas de Incentivo

De todas os tipos de agências de comunicação as de marketing promocional talvez sejam aquelas que mais trabalham e conhecem o público interno, ou seja, funcionários, colaboradores ou qualquer outro nome que você queira dar para gente que recebe salário em troca de trabalho. Entre outras palavras, quase todo mundo a partir de uma certa idade.

O motivo é que volta e meia empresas de todos os portes e segmentos inventam de fazer campanhas de incentivo. A idéia é sempre dar algum tipo de premiação (viagens, carro, utensílios domésticos etc.) em troca de um esforço de aumento de resultados (venda, produtividade, etc.).

Para os planejadores de marketing promocional cabe ver quem é o público, qual é a cenoura da vez que fará com que ele se motive mais, e como amarrar a mecânica de forma a gerar o melhor resultado possível.

Nesses anos todos já vi algumas campanhas de incentivo darem muito certo e outras nem tanto, mas esse vídeo do TED dá uma bela chacoalhada em conceitos que até ontem pareciam óbvios.

Utilizando uma experiência científica como argumento, Dan Pink advoga que, para certos tipos de tarefa, premiações e bônus podem funcionar ao contrário do que prevíamos, desincentivando as pessoas.



É claro que todo mundo gosta de ganhar um dinheirinho a mais, uma viagem para a Disney ou uma TV de plasma de última geração, mas o ponto é que, sobretudo em casos onde é preciso entrega intelectual e emocional, esse tipo de incentivo pode limitar.

Dan Pink defende que é muito melhor incentivar as pessoas por meio de trabalhos que elas façam porque gostam, porque é interessante e porque importa para a sociedade. Utópico? Talvez. Mas ele mesmo rebate com exemplos como o Gooogle, que dá autonomia para que os funcionários trabalhem em projetos pessoais durante 20% do tempo. Certamente que muitos desses projetos dão em nada, mas em contrapartida alguns dos produtos mais revolucionários da empresa, a começar pelo Gmail, saíram daí.

Longe de ter a fórmula ideal, mas fico pensando se em muitos casos não cabe ao planejador de marketing promocional sugerir que uma empresa, ao invés de criar uma campanha de incentivo nos moldes tradicionais, implante outros tipos de ação.


Esse post é uma contribuição de Bruno Scartozzoni, idealizador do blog que hoje navega por outros mares.

3 comentários:

Anônimo disse...

Bruno,
As agencias de marketing de incentivo sao bem mais especializadas para estas acoes que as de marketing promocional.

Caldinas disse...

Sim, eu sei. Da mesma forma existem agências especializadas só em eventos, só em promoção, só em guerrilha etc. Considero essas e outras disciplinas como parte do marketing promocional.

Se isso já não fosse polêmico o suficiente, informo que também considero essas divisões cada vez mais ultrapassadas. Mas isso é uma ouuuuutra discussão...

Carina Pilar disse...

Muito boa a palestra do Dan Pink!

Agora, não sei se seria um pensamento um pouco equivocado, mas racione comigo, estes pontos levantados por Pink para motivação têm praticamente as mesmas características da Geração Y, Autonomia, Domínio e Propósito, são elementos comuns nos dois conceitos, podemos então imaginar que o conceito de Geração Y não tenha sido criada através de ideologias de uma geração, mas dos próprios conceitos de administração, ciências sociais e desenvolvimento de pessoas, o conceito já existe, a única coisa que irá mudar é que as organizações terão que começar a pensar mais seriamente em implantar estas ideias, pois as pessoas que achavam esta forma de trabalhar meio contraditória estarão saindo do mercado e dando espaço para jovens que tem as habilidades certas para trabalhar desta maneira.

De qualquer forma, o mercado mudando ou não, ainda é meio utópico estas transformações, pouquissimas empresas agem desta maneira, quem sabe daqui uns 10 anos, quando a Geração Y estiver maior atuação no mercado de trabalho.

Abs e feliz 2010!