quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Já não se morre mais como antigamente




Li no UOL uma nota sobre uma feira de negócios voltada para a indústria funerária: FunExpo (atenção para o “fun”).

Como esse é um universo do qual estamos (felizmente) distantes no dia a dia, as informações sobre o evento acabam ganhando um acento cômico. Todo o ar grave com que tratamos esse assunto se dilui num negócio como outro qualquer para quem vive da morte.

Poupança-funeral, caixões ecológicos, veículos especiais, esquifes customizados estavam entre as novidades apresentadas ao trade desse mercado.

O setor promete: crescimento de 15% ao ano no último quinquênio, média de um milhão de óbitos anuais e uma população que, embora mais longeva, vem envelhecendo aceleradamente, por conta de uma acentuada queda da taxa de natalidade. Há, portanto, um grande potencial de consumo para um target que está pela hora da morte.

A presença da tecnologia também se faz sentir nesse setor. Você pode mandar seu ente querido literalmente para o espaço, através de um serviço que coloca em órbita da Terra as cinzas do falecido devidamente encapsuladas (R$ 30 mil) ou transformá-lo num diamante artificial por um processo industrial (R$ 12 mil).

Mas o que achei a mais interessante das novidades foi o e-velório: familiares e amigos, sem o desconforto de se deslocarem para uma morgue, velam pelo defunto de casa, do trabalho, da lan-house, de onde tiver um hot-spot, acompanhando o velório em tempo real pela internet, com direito a trilha musical e outros efeitos.

A FunExpo também é um bom motivo para pensarmos nosso fazer no marketing promocional, considerando que os estandes, como em qualquer evento desse gênero, também apresentavam atrações: além das “gostosas” de sempre atraindo a atenção para rabecões e produtos afins, era possível levar de lembrança uma foto sua deitado num caixão premium.

Pergunto: o que faríamos se recebêssemos um briefing desses?

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