sexta-feira, 11 de abril de 2008

A razão não é senhora

Certa vez, tentando explicitar uma proposta de ativação junto ao grupo de trabalho da agência, fui contestado pela diretora de conta, que desmontou ponto por ponto a idéia que eu apresentei. O pior, ela tinha absoluta razão em seu ponto de vista, que ouvi atentamente, de forma desapaixonada e com espírito desarmado.

Ao final de sua argumentação, mais pensando alto do que contestando, eu disse: você tem razão, toda razão...esse é o problema.

A razão é parte integrante do senso comum, ou seja, da fôrma que molda não só nosso pensamento e raciocínio, como a maneira como traduzimos e registramos as emoções.

Assim, se for para nos guiar estritamente entre os trilhos racionais, dificilmente transporemos a barreira da objetividade, lembrando que comunicação de marketing é fundamentalmente conquistar corações para ganhar mentes.

Já disse em outro post e repito: toda ação promocional é uma ação de comunicação e a comunicação é tanto mais envolvente quanto mais surpreendente for. E surpreender implica sair dos trilhos, aventurar-se off-road.

Um bom exemplo para uma analogia é a música. Sua constituição em notas, compassos, tempo, pode ser expressada matematicamente. Música é (também) número, equação. Há uma razão musical, mas nem por isso ela é inteira e tão-somente racional. Nela haverá sempre espaço para um evento fora da ordem: uma “blue note” no jazz, uma divisão rítmica impensada na Bossa Nova, a supressão de uma nota (não-som) e o que mais a imaginação criar.

Evidentemente que chutar o pau da barraca da razão por si só não é garantia de algo inovador.

Há que se ter razão para não se ter razão.

2 comentários:

Caldinas disse...

Genial seu Marinho, genial!

Anônimo disse...

É Seu Marinhosssssssssssssssss

:)