Quem me conhece sabe que há algum tempo participo, em caráter de atividade extra-curricular, da associação de ex-alunos do Colégio Santa Cruz como diretor de comunicação.
Se você estudou lá aproveito para fazer o jabá. O site da exSanta está sendo totalmente reformulado (e por isso desatualizado), mas dá para ter uma noção de quem somos, o que fazemos etc.
E o que isso tem a ver com planejamento? No ano passado participei da organização de um evento inesquecível, a 1ª Festa dos Exportes. Explico: uma das festas mais tradicionais do colégio é a Festa dos Esportes, então fizemos uma versão para os ex-alunos. Simples e legal.
Ao contrário dos Estados Unidos o Brasil não é um país com uma cultura forte de associações de ex-alunos. Lá elas quase sempre são responsáveis por sustentar as instituições de ensino (pergunte para qualquer aluno de Harvard) enquanto aqui elas estão apenas engatinhando (pergunte para mim).
Mesmo assim conseguimos colocar mais de 2.000 ex-alunos, inscrever mais de 80 equipes e realizar mais de 60 jogos de futebol, handebol e vôlei entre pessoas das mais diferentes idades, homens e mulheres. Tudo isso na primeira edição, no Brasil. Um grande sucesso!
Mas a pergunta continua. O que catzo isso tem a ver com planejamento? Dentre outras coisas fui o responsável pelo registro do evento, sendo obrigado a atravessar o campus do colégio algumas dezenas de vezes para tentar bater pelo menos uma foto de cada jogo, e se possível ainda fazer alguns vídeos. A compilação desse material está no vídeo que você vê abaixo. Meio brega, é verdade, mas considerem que eu fiz sozinho e não sou diretor de arte nem nada do gênero.
Enfim, depois de tanto observar os jogos, as pessoas, suas reações e um monte de outras coisas cheguei à uma conclusão que, essa sim, tem tudo a ver com planejamento. O brasileiro médio pratica esporte na infância e na adolescência, seja na rua ou no colégio. Depois ele vai para a faculdade (tá, o brasileiro médio não vai para a faculdade, mas vamos ficar com a média com a qual convivemos) e continua tendo contato com a atlética e com os lendários jogos universitários, onde o esporte é apenas um pretexto para outras coisas.
E na vida adulta? Com raras exceções os esportistas de outrora acabam se confinando às baias dos escritórios e aí vem todos aqueles problemas que já conhecemos: depressão, obesidade, solidão etc. Mas será que, mesmo tendo uma oportunidade, essas pessoas estão dispostas a praticar qualquer coisa?
Depois desse evento saí convencido de que sim. Tudo bem que lá havia um fator emocional muito forte, certamente maior do que qualquer preocupação com a saúde ou com a estética. As pessoas estavam lá para se reencontrarem, mas mesmo assim toparam passar o "mico" de entrar no campo, ou na quadra, depois de anos totalmente enferrujados.
Desde então venho batendo fortemente nessa tecla. Com uma motivação emocional ampla e forte, uma marca ligada ao esporte pode trazer um pouco de atividade física à vida das pessoas que já passaram da fase universitária. E penso que esse movimento pode ser bem maior do que a moda das maratonas 10k...
Um campeonato esportivo para maiores de 25 anos? Uma "olimpíadas" abrangendo todo o território nacional? A pergunta fica para vocês responderem. Que tipo de ação, evento ou plataforma vocês proporiam com esse briefing?
PS: Também vale recusar o briefing, desde que haja argumentos para tal. O meu maior argumento a favor está aí embaixo...
sexta-feira, 14 de março de 2008
esporte para adultos
por
Caldinas
às
01:46
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